Vai ser tenso trabalhar com essa mulher. Depois de um belo chá de cadeira que tomei na recepção antes de entrar no gabinete dela, a delegada-chefe foi o mais seca e impessoal possível quando fui me apresentar oficialmente pra ela. Fez questão de rezar logo a cartilha da "hierarquia e disciplina", como se já me desse uma bronca antecipada. Talvez porque na minha testa estivesse escrito que eu não tenho o menor interesse em trabalhar ali por muito tempo. Se ela percebeu isso, mereço o Oscar de pior atriz do ano porque isso era tudo o que eu queria evitar.
O telefone da mesa dela tocava toda hora, depois tocava o celular, até que ela deu ordens à secretária (terceirizada) pra segurar um pouco as ligações. E todo o discursozinho que eu ensaiei pra falar pra ela, no sentido de estabelecer alguma parceria amigável neste momento delicado, ficou pra outra oportunidade, pelo simples fato de que ela tem mais o que fazer.
Em suma, o único sinal de aprovação que recebi - e olha que eu coloquei o meu melhor terninho versão "clássicos", fiz cabelo, unha, maquiagem... - foi quando respondi à sua pergunta sobre a minha área de formação superior. Mas por que mesmo que eu preciso da aprovação dela? Oi! Não preciso, ok? De qualquer forma, foi neste momento que ela me deu alguma esperança de que poderei ser bem empregada em alguma coisa naquela Divisão.
- "Ora, Novinha! E o que você esperava que uma mulher daquelas quisesse ouvir de alguém que apareceu do nada no território dela, mais perdida do que cego em tiroteio?"
Nada né, porque o tempo monstro que essa monstra tem de polícia deve ser o que eu tenho de idade. E ela deve ter razão mesmo, afinal tenho consciência de que tudo o que já aprendi não vai contribuir em nada nesta nova função. Ela deve estar mais preocupada é com todos os Deltas (Delegados) sedentos de poder que maquinam um dia ocupar a cadeira dela.
Minha frustração foi aumentando naquela sala na medida em que não encontrava nenhum sinalzinho sequer de entusiasmo no rosto dela. Será que é muita exigência querer sentir pelo menos da parte da chefia algum envolvimento de alma, algum comprometimento com a missão do setor? Sabe aquela devoção da pessoa que se entrega por uma causa válida? Zero.
O telefone da mesa dela tocava toda hora, depois tocava o celular, até que ela deu ordens à secretária (terceirizada) pra segurar um pouco as ligações. E todo o discursozinho que eu ensaiei pra falar pra ela, no sentido de estabelecer alguma parceria amigável neste momento delicado, ficou pra outra oportunidade, pelo simples fato de que ela tem mais o que fazer.
Em suma, o único sinal de aprovação que recebi - e olha que eu coloquei o meu melhor terninho versão "clássicos", fiz cabelo, unha, maquiagem... - foi quando respondi à sua pergunta sobre a minha área de formação superior. Mas por que mesmo que eu preciso da aprovação dela? Oi! Não preciso, ok? De qualquer forma, foi neste momento que ela me deu alguma esperança de que poderei ser bem empregada em alguma coisa naquela Divisão.
- "Ora, Novinha! E o que você esperava que uma mulher daquelas quisesse ouvir de alguém que apareceu do nada no território dela, mais perdida do que cego em tiroteio?"
Nada né, porque o tempo monstro que essa monstra tem de polícia deve ser o que eu tenho de idade. E ela deve ter razão mesmo, afinal tenho consciência de que tudo o que já aprendi não vai contribuir em nada nesta nova função. Ela deve estar mais preocupada é com todos os Deltas (Delegados) sedentos de poder que maquinam um dia ocupar a cadeira dela.
Minha frustração foi aumentando naquela sala na medida em que não encontrava nenhum sinalzinho sequer de entusiasmo no rosto dela. Será que é muita exigência querer sentir pelo menos da parte da chefia algum envolvimento de alma, algum comprometimento com a missão do setor? Sabe aquela devoção da pessoa que se entrega por uma causa válida? Zero.
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